Falta dinheiro, falta respeito e sobra abandono moral
A cidade amanheceu sem dinheiro nos caixas eletrônicos do Banco do Brasil. Melhor: amanheceu e continuou em boa parte da manhã sem um centavo disponível para os seus clientes. Uma vergonha! Um desrespeito que de há muto acontece em Ilhéus mas que se agrava no momento em que o comércio tenta aproveitar os festejos de final de ano para faturar nas vendas. E ninguém toma uma providência. Hoje pela manhã ouvimos de um nervoso cliente que retornava frustrado da agência do centro da cidade que, em Ilhéus, ninguém pode sequer sofrer um assalto relâmpago. "Se depender dos caixas, vai morrer, porque não vai conseguir sacar". Ironia à parte, o cliente tem razão. Com recursos de dinheiro limitados em cada um dos caixas, nos finais de semana, o dinheiro acaba ainda na sexta à noite ou no sábado pela manhã. Final de semana, não conte com o seu dinheiro. O Banco do Brasil lhe rouba o direito de sacá-lo.
Pior é que não se vê uma reação das lideranças empresariais da cidade. Deveriam ter com os bancos a mesma valentia que tiveram com o Movimento Reúne Ilhéus, a quem tentaram culpar pela queda nas vendas e pelo estado de abandono da cidade. Também, ao que parece, não se deve esperar muito do governo municipal nem do Minsitério Público para que o cidadão tenha acesso ao que, de direito, lhe pertence. Aliás, o comércio de Ilhéus tem determinadas situações que chegam ao senso do ridículo.
Ainda agora, o governo municipal resolveu determinar que ambulantes - que vendem mercadorias sem nota e de origem duvidosa - e vendedores de frutas, ocupem uma rua inteira para negociar os seus produtos. Por ironia, esta rua, é onde fica situada a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, instituição que cobra, sem dó nem piedade, impostos dos comerciantes formais, aqueles que têm funcionários registrados, endereço certo e CNPJ ativo.
Se estes não pagam o que o estado lhe impõe como dívida, justiça neles.
O problema é que aos que sonegam, lhes é dada a proteção aos olhos dos fiscais que saem todos os dias da sede para visitar empresas e exigir adimplência de quem não está, sequer, conseguindo sobreviver diante de uma carga tributária perversa e desigual.
Disso, as lideranças do comércio tambem se negam a falar.
A verdade é que Ilhéus sofre o mal do abandono moral.
Aqui, quando está bom para um grupo, de nada importa se está mal para o resto da cidade.